segunda-feira, 16 de maio de 2011

Linfomas incomuns - linfoma angioimunoblástico

Prezados,

A grande maioria dos casos de linfoma é classificada como linfoma folicular, linfoma difuso de grandes células B ou linfoma de Hodgkin.

Alguns outros subtipos, tais como o linfoma da célula do manto,linfoma de Burkitt e micose fungóide têm determinadas peculiaridades que os fazem conhecidos.

No entanto, existem vários tipos de linfoma que são incomuns e que podem oferecer dificuldades tanto para o diagnóstico como para o manejo.

Pretendo escrever sobre alguns.

O primeiro que me veio a mente é o linfoma angioimunoblático.

Na mais recente classificação da OMS,o linfoma angioimunoblático está no grupo dos linfomas de célula T, mais especificamente como um subtipo de linfoma T periférico.

Até algum tempo atrás, esta doença era conhecida como um processo reativo. Só recentemente foi visto que os linfócitos T têm características que permitem classificá-la como um linfoma não-Hodgkin.

Estes são os achados que devem chamar a atenção para esta doença:

Na biópsia do gênglio, existem células endotelias vasculares elevadas. As células do linfoma muitas vezes são difíceis de serem reconhecidas em meio a um infiltrado de células reativas. As células que mais chamam a atenção por serem maiores são os imunoblastos.

Muito cuidado deve ser tomado para não confundir um linfoma angioimunoblástico com um linfoma imunoblástico. Este último é um linfoma de grandes células B que tem o tratamento diferente.

Outra curiosidade é que os imunoblastos expressão um vírus no seu interior, o vírus EBV. Ressalto,mais uma vez, que os imunoblastos são reativos.A doença está nos pequenos linfócitos T que circundam estas células.

Os pacientes com linfoma angioimunoblástico costumam ser idosos e apresentar queixas mais gerais, tais como, febre, fadiga e emagrecimento. Este quadro pode simular uma infecção. Caracteristicamente, o baço e o fígado aumentam de tamanho a vários gânglios também estão aumentados, embora nenhum deles costume ser muito grande.

Devido a sua raridade, os pacientes com linfoma angioimunoblástico costumam ser tratados como pacientes com linfoma T periférico, ou seja, com quimioterapia na maioria dos casos.

Caso haja uma ótima resposta à quimioterapia, o transplante autólogo de medula pode ser uma opção.

Corticosteróides costumam aliviar os sintomas desta doença e existe uma crescente experiência com o uso da ciclosporina.

Forte abraço a todos.